Autismo: pesquisadores brasileiros evoluem na descoberta de tratamento

Autismo: pesquisadores brasileiros evoluem na descoberta de tratamento

Em abril foi celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data reforça a importância de compartilhar com a população o máximo de informações possíveis sobre a condição, com orientações e esclarecimentos para toda a sociedade. O autismo não é considerado uma doença, mas um transtorno que afeta o neurodesenvolvimento, trazendo à criança obstáculos na comunicação e na forma de interação e de comportamento social, dependendo do grau que a acomete, do mais leve ao mais forte. Embora a ciência ainda não tenha elucidado totalmente as causas do autismo, já se sabe que ele está associado a fatores ambientais, além de fatores genéticos, estes até agora não totalmente esclarecidos. Há diversos estudos em andamento na busca da descoberta dos genes alterados responsáveis por esse transtorno, inclusive pesquisas lideradas por brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, há um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que em parceria com uma ONG chamada A Fada do Dente, sob a responsabilidade da bióloga Patrícia Beltrão Braga, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, foca os estudos na busca por maior entendimento do autismo.

Recentemente, o grupo avançou no que pode vir a ser o tratamento para o transtorno. Através de dentes de leite de crianças sem e com autismo doados para a ONG, os pesquisadores conseguem extrair células e transformá-las em células tronco. Então, dessas, conseguem criar minicérebros em laboratório, usados para estudar os mecanismos biológicos do transtorno e testar diferentes remédios. Dessa forma, os cientistas descobriram que no autista, um tipo específico de células neurológicas apresenta inflamação, que por sua vez produz uma substância danosa aos neurônios quando secretada em excesso. As descobertas não pararam por aí. A partir desse avanço, os pesquisadores testaram uma droga capaz de não só bloquear essa substância, como também recuperar a forma e função dos neurônios afetados pela inflamação.

Apesar de os testes serem realizados somente em laboratórios, os resultados são extremamente animadores e revelam uma possível alternativa de tratamento para diminuição de vários sintomas da condição. A evolução das pesquisas brasileiras traz esperança e otimismo para o futuro, mas o caminho ainda é longo. Cabe à sociedade, então, a busca por mais conhecimento e respeito a quem sofre do transtorno. É imprescindível entender que muitos dos portadores, inclusive, conseguem superar as barreiras sociais, conquistando empregos, vagas nas universidades e vidas saudáveis.

Aliás, você sabia que entre os mais de oito milhões de universitários no país, 488 alunos têm o transtorno? Por isso, é de extrema importância que a comunidade escolar tenha o entendimento necessário e consiga oferecer estrutura, condição e total amparo a eles, num processo constante de inclusão!

Por SOMOS Educação

Foto: Shutterstock

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