Chayele: Diário de uma quarentena

Autora: Chayele Renner
Turma:301

Quando começou a quarentena não imaginava que seriam meses sem me socializar com meus amigos, logo, me arrependo extremamente de não ter dado um bom abraço de despedida em todos, de não ter ido nos lugares que me convidaram, e não ter aproveitado cada momento.

Os primeiros dias foram ótimos, pude ver série e relaxar. Voltaram as aulas, no começo foi bem produtivo, acho que todos estavam apavorados porque foram diversos conteúdos com muitas atividades, o que fez com que ficássemos sobrecarregados, em ambos os lados, tanto alunos quanto professores.

Cada dia ficava mais estressante, mas com o tempo ficou trivial e aos poucos acostumei. Fico imaginando as pessoas que têm problemas como ansiedade e depressão e que não podem fazer nada divertido para se distrair de tudo isso.

Meu curso de informática parou, minha mãe passou 3 meses no trabalho, foram meses bem solitários, sem ninguém em casa. Nesse meio tempo tentei ser pelo menos produtiva, aprendi receitas novas, iniciei um curso de inglês na Federal. Porém, fiquei bem sedentária, sem ânimo de fazer qualquer exercício, acho difícil que alguém tenha conseguido isso neste momento.

Mas em meio de tudo isso refletia muito sobre o egoísmo das pessoas, umas com as outras em relação a pandemia, nunca pensei que as pessoas teriam essa reação a algo que pode acabar com a vida delas. Não digo daquelas que dão seu sangue e suor para trazer comida para dentro de suas casas, afinal elas não têm culpa que o governo prioriza a economia a suas vidas. Digo daqueles irresponsáveis que acham que são à prova da doença, que pensam que não vai dar em nada, que saem em aglomerações e sem proteção, que fazem o churrasco de domingo sem nenhum pingo de empatia.

Repito: Em meio a uma pandemia as pessoas não têm consideração umas pelas outras, fico indignada que as pessoas estão desumanizadas.

Isso tudo faz com que eu releve uns pontos sobre aproveitar cada momento que eu passe com meus amigos e que realmente precisamos ser mais solidários, mas não sei quando as pessoas vão ver isso, acho que só quando isso atingir a todos.

 

A Palavra da Opressão
Meus dias na quarentena