“Assim procurarão, deveras, ensinar às crianças e jovens, não só os conhecimentos humanos (…) senão, também formar seu coração pelos sentimentos religiosos, honestos e humildes” (Maix, 1871).

No dia 19 de novembro a equipe da Unidade enredou  na  formação integral  com a Coordenadora da Assistência – Irmã Maria Bernardete Macarini. Os colaboradores do Instituto Imaculado Coração de Maria,  receberam  impresso  o Projeto Político Socioassistencial e Educativo-PPSAE. Foi  produtivo no aspecto pessoal e profissional por um trabalho de excelência,  com o práxis que a  Bem- Aventurada fomentou.

“A motivação é uma porta que se abre por dentro” Mario Sérgio Cortela.

 

A compreensão do Projeto de Sociedade que
defendemos

A missão da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria,
ao longo da história, se concretiza pelas ações que buscam a realização
da justiça e da solidariedade, em favor daqueles que buscam
os nossos serviços, por meio da acolhida, do respeito, do cuidado,
do tratamento digno, acreditando ser possível a transformação das
vidas vulneráveis, violadas de seus direitos, e que vivem em situações
de desigualdades sociais, sejam pela condição de renda, de trabalho,
de cultura, de opressão e preconceitos de toda ordem.
A Rede ICM de Assistência Social fundamenta sua prática social,
na prática assumida pela Bem-Aventurada Bárbara Maix, que é de
Proteger, Defender e Promover a Vida em todas as circunstâncias: “Eu
vim para que tenham vida, e a tenham em plenitude” (Cf. Jo 10,10).
Ter vida em plenitude significa ter acesso aos direitos de cidadania,
tais como: educação, moradia, trabalho, saúde, assistência social, alimentação,
lazer; é defesa da vida digna para todos e todas, independentemente
de raça, etnia, cor, religião, gênero ou outra condição.
Entretanto, é fundamental a compreensão e o comprometimento
da Rede ICM de Assistência Social, com a transformação das realidades
excludentes, opressoras, injustas, violadoras dos direitos humanos,
e na busca da emancipação política e humana. Além disto,
nos termos do campo social, a realização de um projeto societário
alternativo, requer a mobilização de todos que acreditam numa sociedade
capaz de superar as desigualdades sociais, que caracterizam
a realidade brasileira.
No Brasil, a vigência do projeto societário hegemônico, tem se
apresentado como aliado ao sistema capitalista, podendo ser identificado pelos abismos sociais e econômicos, que assolam a vida de
parcela significativa da população brasileira, que vivenciam cotidianamente
as múltiplas expressões da questão social. Sobre a questão
social, é preciso considerá-la não como algo estático, isolado ou como
um problema natural de uma determinada sociedade, mas sim como
resultado de um processo histórico de conflito, na relação capital e
trabalho (FERNANDES, 2016)¹. São situações que se expressam em
diferentes modalidades, nos últimos tempos, por força de mudanças
profundas na reestruturação produtiva, na forma de gestão do Estado,
nas políticas sociais e pelo “chamado ‘princípio de exclusão’, que
se concretiza tanto da parte dos excluídos do processo produtivo do
trabalho assalariado, quanto da parte dos excluídos pela origem étnica,
pela identidade cultural e pelas relações de gênero” (WANDERLEY,
2004, p.59)².
Ademais, as políticas sociais no Brasil se materializam por um conjunto
de serviços, programas, projetos e benefícios para o acesso da
população aos seus direitos sociais, tendo em vista o atendimento
das necessidades sociais dos sujeitos. Elas fazem parte das agendas
governamentais e da sociedade civil, que as requerem pelos processos
participativos e democráticos, mas ao mesmo tempo são espaços
de luta e contradições, de diferentes interesses políticos e econômicos.
Entretanto, em que pesem suas contradições, a defesa das
políticas sociais públicas é fundamental, pois é por meio delas que
a população acessa os seus direitos. Neste contexto, o Estado tem
um importante papel na condução e definição orçamentária, para a
provisão dos serviços públicos que se efetivam por meio da gestão
compartilhada com um conjunto de organizações da sociedade civil.
No âmbito das políticas sociais, as expressões da Questão Social,
são reconhecidas em situações tais como: no aumento de demandas
por atendimento, de forma exponencial, assim como a complexidade das situações de vulnerabilidades e riscos sociais e pessoais vivenciadas
pelas crianças, adolescentes, juventudes, mulheres, idosos,
trabalhadores e trabalhadoras, enfim famílias brasileiras; na precarização
e desmonte dos serviços públicos que culminam na corrosão
dos direitos sociais, na redução ao acesso, na qualidade de atendimento,
efetividade das intervenções realizadas; diante da constante
criminalização e opressão dos coletivos e movimentos sociais que
denunciam violações e lutam pelos direitos humanos e sociais, assim
como também se vê a ausência da consciência coletiva, permeada
pela competitividade, conservadorismo e exclusão; nos embates políticos
diante dos diferentes projetos societários em confronto e disputa,
entre tantos outros aspectos.
Assim sendo, a Rede ICM ciente das contradições das tramas sociais
pertinentes à sociedade brasileira, mantém a luta e a defesa,
pela construção de uma sociedade em que todos possam ter seus
direitos garantidos, e uma vida digna onde a justiça possa prevalecer.

Rede ICM de Educação e Assistência Social