Meus dias de quarentena

Autora: Alexandra Silva de Castro
Turma: 201

Meus dias de quarentena

Os tempos mudaram, os planos para este ano também tiveram que ser reavaliados, a rotina, o modo de nos comunicarmos, até mesmo o jeito que vamos ao supermercado, de uma hora para outra tivemos que aprender a nos adaptar a esta nova realidade.

Pois bem, estamos há três meses em isolamento social e me parece que já faz um ano, ficar em casa, longe de tudo e de todos está sendo o maior desafio, longe dos meus amigos, colegas e principalmente da minha família que sempre teve o costume de estar todo mundo junto, se visitando, se reunindo, acredito que esta, está sendo minha maior saudade.

Como gosto de sempre manter tudo organizado e certinho, estou tentando conservar uma rotina básica, acordo cedo, preparo meu café da manhã com mais calma (porque antes, era sempre na correria), meu quarto virou minha sala de aula também, é ali do lado da janela com um solzinho entrando, sentada na minha poltrona que consigo me concentrar e assistir às aulas.

Almoçar agora, sempre que possível está sendo meio-dia, e é neste tempo que ajudo nas tarefas de casa, organizo minhas coisas e utilizo à tarde para fazer as atividades do colégio e quando posso também procuro me exercitar. Já, à noite, é o momento que eu e minha mãe sentamos, conversamos, assistimos alguma coisa na televisão, tomamos nosso bom e velho chimarrão, e também procuro falar com o pessoal, ler alguma coisa.

Durante este momento tem dias e dias, parece que em uma semana sentimos todos os sentimentos possíveis. Tem aqueles que acordamos mais felizes, animados, outros, que estamos mais ansiosos, nervosos, reflexivos, com uma sensação de que não vai dar tempo de fazer tudo o que tinha planejado, que estamos perdidos, sem saber por onde começar. Mas, tudo vai se resolvendo e dia após dia, vou encontrando maneiras de me adaptar.

Nestes meus dezesseis anos, nunca tinha refletido tanto sobre como é a vida, e em meio a tantas dificuldades, e com certeza sem ter esperado por tudo isso, me vejo crescendo muito. Ter calma, resiliência, empatia, cuidado, responsabilidades são valores imprescindíveis que busco cada vez mais amadurecer em mim. Exercer a gratidão, simplesmente por ter uma casa, alimento e saúde, enxergar o quanto por vezes me pego reclamando de ‘barriga cheia’, enquanto muitos lutam para ter um prato de comida.

O ano de 2020 vai ficar marcado, e com certeza, ele vai servir de ensinamento para todos nós, principalmente, para darmos valores às coisas simples da vida, que hoje, sem dúvida, estão fazendo muita falta. Pois bem, estes estão sendo meus dias, enquanto tudo isso não passa, vou buscando maneiras de otimizar esta nova rotina em casa.

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