Na última quarta-feira, dia 01 de agosto, o Colégio Puríssimo reuniu seu quadro de docentes e coordenadores de todos os segmentos para um encontro com a Professora Doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Roselane Costella, para discutir os processos de aprendizagem que entrarão na construção da Base Curricular da Rede ICM.
Durante a manhã, os presentes ouviram sobre a construção do documento da nova Base e o que ele contempla, para entender que essa Base é um processo para a humanização dos alunos, trabalhando as escolas da Rede em um conceito construtivista para formar seres humanos capazes de enxergar o mundo com outro olhar. Já durante o período da tarde, os professores foram divididos por segmentos para discutirem quais competências poderão ser trabalhadas no novo documento.
Em conversa com Roselane, a Base está sendo criada para consolidar as escolas da Rede ICM de educação, mas isso requer um trabalho realizado primeiro com os professores. “A Base irá se solidificar no cotidiano do aluno, ele estará articulado e será uma consequência dessa Base, mas o professor deve internalizar esses princípios construídos no documento”, comenta. “Podemos tomar como exemplo um conteúdo de linguagens utilizado no mundo inteiro, os verbos, mas o aluno irá interpretar de forma crítica um texto sobre verbos que já tem a pretensão de tornar esse aluno melhor, mas o material não fará diferença se o professor não compreender para que ele serve”, exemplifica Costella.
A base está prevista para ser implementada nos Colégios da Rede em 2019, tudo depende do andamento do Comitê de Educação da Rede ICM para englobar as competências criadas pelas escolas no documento oficial, cada competência parte dos princípios ensinados por Bárbara Maix, Paulo Freire e outros pensadores que buscam humanizar o ensino. “Toda base tem princípios, e os nossos nascem no projeto educativo. Pretendemos formar alunos cidadãos, reflexivos, críticos e que consigam transformar o mundo lá fora”, analisa Roselane. “Outros princípios básicos são a competência acadêmica, que irá permitir que o aluno transforme a informação em conhecimento e a leitura de mundo por meio de diferentes ciências, abordando a interdisciplinaridade para ler os fenômenos com uma consciência epistêmica”.
Além desses princípios, a nova Base Curricular da Rede ICM prevê um aluno que aprenda a perguntar e a instigar, segundo Roselane. “O aluno irá desenvolver a cientificidade para que ele tenha autoridade e também se coloque no lugar do outro e tenha consciência da transcendência”, demonstra a professora em uma análise para que o aluno da Rede trabalhe a empatia e se torne um ser humano digno de viver e transformar.
Para que a proposta da Base Curricular da Rede ICM funcione, a maior dificuldade, segundo Roselane é a formação dos professores. “Os professores não são formados para informar o cidadão, mas sim para despejar conteúdos”, critica. “O professor ensina a aprender, diferentemente dos outros profissionais que aplicam o que aprendem, por isso vamos trabalhar tanto com os princípios da Base com nossos profissionais”.
Diante dos desafios de formar alunos mais humanizados, a professora doutora é otimista. “A escola é um espaço de mudança, ela é um ensinamento ético, eu acredito na escola”, analisa. Todos os alunos da Rede ICM serão formados com as mesmas características de seres humanos, os mesmos princípios, por isso fez-se necessário o encontro com Roselane, para padronizar os processos reflexivos para construir o novo documento. “Se a escola agir diferente, teremos seres humanos diferentes”, conclui.